E se o mundo fosse um sonho do pesadelo?


Nasceu às 13 horas do dia 13 de dezembro num sofá  sujo  rasgado de lado  sem nenhum conforto. Mesmo sem ver o mundo  e sem nunca ter apreciado o sabor do erro, foi criminosamente condenado  a morte quando sua mãe biológica fez várias tentativas de aborto. Começava ali a batalha de um vencedor que sofreu no útero de uma insana  por quatro meses antes de ser embasado em um saco de lixo e jogado na rua. Ficou ali por uns vinte minutos, parecendo que realmente o seu destino era  a morte. Nos primeiros minutos um recém-nascido precisa de calor, mas um saco plástico não há corrente de ar e logo seria cozido. 
 
O dia não estava muito quente, propício para cachorros e gatos abandonados  famintos  com feridas ao lado do  rosto ou nas costas de tanto apanhar de monstros humanos, ou outros, procurarem  migalhas nos cantos úmidos, nos cantos das calçadas, pois quando passa um carro  o vento joga  tudo para as quinas das muretas.
           
 Mas a sorte ainda desconhecida para ele muda em questão de segundos. Talvez poderia ser o destino: Uma catadora de papelão dotada de roupas longas e sujas com sandálias finas nos pés sujos e o boné  rasgado, tampando  tapando o rosto e tocando mosquitos  com umas das mãos a cada segundo, puxava um carrinho velho com pneus furados  e um engastalhado de ferros para mantê-lo de pé. Ela procurava  papel, mas havia a necessidade de olhar em sacos plásticos procurando o que comer. Era realmente o dia de sorte dele e alguém decidiu dar uma segunda,  dar-lhe uma segunda chance. Abaixando cuidadosamente, despercebida, com o estômago dolorido de fome, tudo que esperava era encontrar ali um pouco de comida de qualquer tipo que fosse. Só pensava em comida, mas naquele momento algo, digamos que extraordinário, mudou sua vida, e então nem lembrava mais estar com muita fome  e procurava o que comer. Ficou desesperada sem muito o que fazer. Ao acionar o 190 foi o início de uma nova vida para ambos  inocentes. 
 
Uns dias se passaram até que não tendo onde ficar, uma antiga parceira de trabalho da assistência social lhe conseguiu um emprego de doméstica  e automaticamente a  adoção da criança que já teria saído do hospital a alguns dias.
 
Era tempos de glórias que parecia ‘para sempre’. Parecia, mas o destino lhe traçara um caminho longos e duradouros. Num  certo dia de sexta-feira, madrugada fria  coberta de neve, ouvia-se somente o triste canto dos grilos solitários em meio ao invisível e as luze....

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